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Número de eleitores indecisos em Santa Catarina permanece acima da média nacional

No cenário com indicação espontânea de candidato, percentual chega a 51% de entrevistados que ainda não sabem em quem votar

ELEIÇÕES 2018 - 25/09/2018 09:05
O projeto Cobertura Eleições SC 2018 - Jornais Impressos e Digitais apresenta o resultado de mais uma pesquisa de opinião pública com a intenção de votos e a rejeição dos candidatos ao governo do Estado e ao Senado federal em Santa Catarina. O trabalho foi encomendado pelo Grupo RIC/RIC TV/Fecomércio e tem a parceria da Associação dos Jornais do Interior (Adjori/SC) e Associação de Diários do Interior (ADI-SC), além de veículos independentes, para a divulgação.
A pesquisa foi realizada pela empresa Real Time Big Data entre os dias 21 e 22 de setembro, quando foram entrevistados 1.110 eleitores nas regiões Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Norte, Oeste, Sul e Serra. A margem de erro é de 3% e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SC) sob o número 09920/2018. Na edição de amanhã serão divulgados os dados referente à presidência da República.
O cientista político Bruno Soller responsável pela pesquisa, analisou os resultados. O dado que mais chamou a atenção foi o ainda alto índice de eleitores indecisos em Santa Catarina na pesquisa espontânea: 51%, contra uma média nacional de pelo menos 10 pontos a menos.
A explicação para isso, diz Soller, é o baixo conhecimento dos nomes dos candidatos. Mesmo os que despontam, Décio Lima (PT), Gelson Merisio (PSD) e Mauro Mariani (MDB), só concorreram a eleições municipais ou legislativas. Por outro lado, na proporção em que a campanha avança - a partir desta terça-feira faltarão apenas 13 dias para o pleito - e as candidaturas se tornam mais conhecidas, o índice de rejeição ao candidato do PT se consolida.
Décio Lima passou de 22% na pesquisa divulgada em 5 de setembro para 44% agora. "O que se percebe é o forte sentimento de antipetismo. Isso faz com que o Décio Lima saia da condição de triplo empate que tínhamos na outra pesquisa. Ele tinha mais votos entre homens e mais velhos, faixa com clara resistência ao PT. Esse voto migra para os outros dois candidatos" afirma Soller.
Se no voto masculino o petista começa a ter mais rejeição, no feminino ele se mantém estável. "Um fenômenos que acontece com candidatos de esquerda. As mulheres têm essa preferência. Pode pesar aí também o fator de rejeição ao candidato Bolsonaro", avalia Soller.
Merisio e Mariani cresceram mais fortemente na intenção de votos nas regiões do Vale do Itajaí e da Grande Florianópolis que, ainda assim, são as com o maior número de indecisos. "Na reta final as pessoas terão que se decidir. Com os dados que temos hoje, há uma tendência de polarização entre Gelson Merisio e Mauro Mariani", afirma o cientista político responsável pela pesquisa.
Região x idade
O número de indecisos ainda é alto na Grande Florianópolis (19%) e no Vale do Itajaí (26%). A explicação para a taxa de indecisos na Grande Florianópolis ser tão alta pode estar no fato de nenhum candidato ser da região, além do perfil diversificado da população. Já no Vale do Itajaí é o excesso de nomes: Décio Lima foi prefeito de Blumenau, mesma condição de Napoleão Bernardes, vice de Mariani, e de João Paulo Kleinübing, vice de Gelson Merisio. No Sul e na região Serrana se mantém a condição de empate técnico entre os três candidatos.
O nível de indecisão ainda é maior entre os mais jovens. De 16 a 24 anos e de 25 a 34 anos o percentual fica em 23% em ambos os casos.
Perfil dos eleitores
No cruzamento das informações obtidas na pesquisa, o perfil do eleitor dos três candidatos com melhores índices de intenção de votos também fica mais claro.
Até aqui, a maior parte dos que votam em Mariani são homens, do Norte do Estado e com mais de 35 anos. Os eleitores de Merisio se caracterizam por serem, na maioria, homens, do Oeste catarinense e também com mais de 35 anos. No caso de Décio há uma variação maior. Seus eleitores estão mais presentes nas regiões Sul e Serrana, entre mulheres de 16 a 34 anos. Mariani é o que consegue ter o voto mais distribuído. Só vai um pouco pior na região Sul. Merisio fica um pouco abaixo da média de Mariani, mas se destaca fortemente no Oeste".
Estratégia
Para Bruno Soller, dar mais atenção às mulheres, especialmente as mais jovens e residentes no Vale do Itajaí e na Grande Florianópolis, pode resultar em um bom índice de votos conquistados. "As mulheres são muito mais ligadas aos serviços públicos. São elas que mais estão atentas aos problemas das creches, das escolas, do atendimento de saúde, do transporte público. Soller explica que isso se repete em todos os estados nos quais a empresa realizou pesquisas. "É um voto mais crítico".
Decisão judicial
Diferentemente da pesquisa pela Real Time Big Data divulgada no início do mês, nesta não serão divulgadas as simulações de segundo turno. O PT-SC entrou com um pedido de impugnação da pesquisa completa. O TRE/SC porém, deu liminar autorizando a divulgação do estudo, mas sem informações de segundo turno, justificando a falta do cenário de confronto entre todos os postulantes ao cargo de governador.
Voto espontâneo
Quando questionado em quem votaria, sem a apresentação dos candidatos, um número ainda expressivo de 51% dos entrevistados não soube responder. Entre aqueles que souberam apontar o nome de um candidato, 13% dizem votar em Mauro Mariani (MDB); 12% em Gelson Merisio (PSD); e 7% em Décio Lima (PT), fechando as três primeiras colocações. 
Estimulada
Num cenário estimulado, quando são apresentados os candidatos ao entrevistado, o número de indecisos cai consideravelmente, ficando em 17%. Permanece na primeira colocação, com 24%, o candidato Mauro Mariani (MDB). Em seguida está Gelson Merisio (PSD), com 22%. Na terceira colocação aparece Décio Lima (PT), com 14%.
Rejeição
Questionado sobre em quem não votaria, 44% dos entrevistados apontaram o nome do petista Décio Lima, seguido pelo emedebista Mauro Mariani e pelo pessedista Gelson Merisio.
Corrida ao Senado
A pesquisa também apontou em quem o eleitor votaria para o cargo de senador da República. Na primeira posição, com 30% das intenções de voto, está Esperidião Amin (PP). Logo em seguida, com apenas dois pontos percentuais a menos, está Raimundo Colombo (PSD), registrando 28% da preferência dos eleitores. A terceira colocação é ocupada por Paulo Bauer (PSDB), que atinge a marca de 20%.
O número de indecisos também impressiona aqui. São 21% no primeiro voto e 33% no segundo voto. Ainda assim a pesquisa mostra um maior distanciamento das candidaturas de Esperidião Amin (PP) e Raimundo Colombo (PSD) das demais. Ambos são ex-senadores e também ex-governadores. Amin abre 10 pontos percentuais e Colombo 8 em relação ao terceiro colocado.
Paulo Bauer, que tenta a reeleição, perdeu espaço, enquanto Jorginho Mello (PR) cresceu na intenção de votos. "Amin e Colombo têm um primeiro voto muito consolidado. O interessante é que eles têm uma forte troca de votos. O segundo voto do Amin vai pro Colombo e vice-versa. O Jorginho Mello está surfando um pouco no segundo voto e conseguiu crescer, mas acho que tem um teto aí", destacou o cientista político Bruno Soller.
Aprovação do governo do Estado
Durante a realização da pesquisa, o eleitor também respondeu sobre a aprovação do governo do Estado. Um total de 45% dos entrevistados aprova a atual gestão de Eduardo Pinho Moreira, enquanto 40% desaprovam. Os números demonstram um equilíbrio na avaliação dos catarinenses sobre a gestão do Executivo estadual. 
Avaliação do Executivo estadual
Os eleitores fizeram uma avaliação do governo de Santa Catarina. A maior parte, 42%, considera a atual gestão regular. As classificações ótimo e bom somam 29% enquanto as avaliações ruim e péssimo chegam a 25%.
Fonte: RCN
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