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Ronco está presente em 50% dos homens acima de 60 anos

A otorrinolaringologista, Dra Amanda Costa, afirma: “Roncar não é normal”. O mesmo geralmente não vem sozinho e está associado a outras doenças. Isso ajuda a entender um pouco sobre esta doença chamada ronco primário que faz parte dos distúrbios do sono

SAÚDE - 22/02/2019 17:16

    Esta pergunta é cada vez mais comum de se ouvir em todos os lugares inclusive na televisão, nos jornais e até mesmo na roda de amigos. O tema que antigamente representava um tabu, hoje está cada vez mais sendo discutido. Para alguns é motivo de piada e para outros, motivo de divórcio e até mesmo prejuízo na vida social. Quem quer ser conhecido como o roncador da vizinhança? Ou o trator ambulante ou ter que ficar dormindo nos fundos da casa para não acordar os familiares.

    A otorrinolaringologista, Dra Amanda Costa, afirma: “Roncar não é normal”. O mesmo geralmente não vem sozinho e está associado a outras doenças. Isso ajuda a entender um pouco sobre esta doença chamada ronco primário que faz parte dos distúrbios do sono. “Quando estamos acordados temos vários mecanismos inconscientes que mantém a nossa árvore respiratória aberta para a passagem do ar do nariz até os pulmões, mas quando dormimos esses mecanismos podem não ser suficientes para manter as vias aéreas abertas, uma vez que ocorre um relaxamento natural dos músculos da garganta”. 

    Como ocorre este estreitamento da passagem de ar, gera-se um turbilhonamento que faz uma vibração dos tecidos da garganta gerando o famoso ronco. Cerca de metade da população ronca em algum momento da vida. É mais comum entre os homens, embora muitas mulheres também ronquem. Dados sugerem que mais de 20% dos indivíduos adultos e 50% dos homens acima de 60 anos apresentam ronco. 

    Amanda destaca que a apneia obstrutiva do sono é uma grande vilã e frequentemente acompanha os episódios de ronco, ou seja, naquele período que a árvore respiratória está estreitada o paciente pode ficar parcialmente ou totalmente sem oxigênio. “O paciente tenta através dos esforços respiratórios puxar o ar, mas não consegue. Após ficar alguns segundos sem respirar e muitas vezes quase 60 segundos ele vence a resistência e joga o ar e muito oxigênio ao corpo. Com certeza isso aumenta os hormônios do stress e ativa toda uma cascata de processos nocivos e inflamatórios durante a noite momento este que é feito para descansarmos e recuperamos nossa energia”, destaca. 

    Os distúrbios respiratórios do sono podem iniciar com o ronco e seguirem até casos graves de apneia obstrutiva do sono sem mesmo o paciente desconfiar do que está acontecendo durante a noite. Os efeitos de roncar durante a noite e apresentar pausas respiratórias vão muito além dos prejuízos sociais e isolamento provocados pelas brincadeiras dos amigos. São a terceira causa de divórcio nos EUA e assustadoramente não poupam crianças, idosos, e nem mulheres. 

    A otorrinolaringologista lembra que as consequências de uma noite mal dormida podem ser vistas no humor, hormônios, peso, riscos cardiovasculares e também na pele. “Encare o preconceito de roncar e converse com seu médico sobre a qualidade do seu sono. Fugir do problema ou realizar tratamentos milagrosos só atrasam os diagnósticos e tratamentos corretos”, finaliza. 

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