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Projeto de lei para proibir testes com tecnologia 5G em SC tramita na Alesc

Deputado menciona médico que diz que 5G prejudica saúde. Especialistas dizem que não há nada comprovado contra a nova tecnologia WhatsAppFacebookTwitterMais...

Estado - 26/07/2019 17:43 (atualizado em 26/07/2019 17:46)

Um projeto lei para proibir os testes e a instalação da tecnologia 5G em Santa Catarina tramita na Assembleia Legislativa (Alesc). O deputado autor da proposta menciona um vídeo que circula online em que um médico diz que a quinta geração de internet móvel é prejudicial à saúde. Porém, especialistas dizem que não há nada comprovado contra o 5G.


Testes


A tecnologia está sendo testada em Florianópolis. As avaliações começaram no mês passado por meio de um convênio de uma operadora de telefonia móvel e uma fundação de pesquisa ligada à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).


"O 5G vai trazer uma maior energia. Isso vai possibilitar uma quantidade de dados por segundo maior, quer dizer, uma resposta de comunicação muito mais rápida", afirmou o representante da Vertical Saúde da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) Walmoli Gerber Júnior.


Projeto de lei


O projeto de lei é de autoria do deputado Marcius Machado (PL). Na justificativa da proposta, o parlamentar menciona o vídeo, em que o médico afirma que a morte de pássaros na Holanda foi causada por testes de 5G no país europeu.


A proposta preocupa entidades do setor de tecnologia, que é forte no estado. Especialistas afirmam que as informações do vídeo não têm fundamento científico.


"Isso é boato, não tem nenhuma evidência, é uma fake news. A assembleia deveria ter buscado especialistas sobre o assunto, consultado a comunidade antes de entrar com uma medida de cima para baixo, sem nenhuma evidência científica real", disse Gerber Júnior.


Em vídeo feito em Lages, na Serra catarinense, o deputado defendeu a proposta. "Se aconteceu o teste na Holanda e morreram os animais, alguma coisa tem. Eu acredito na ciência e a ciência está comprovando em alguns casos que está dando problema nos ratos. Se dá em rato de laboratório problema com câncer, por que não pode dar no ser humano?", questiona o parlamentar.


"Existe um manifesto de professores da Suíça, de 35 países, como o Brasil, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, de Campinas, são pessoas de qualidade, pessoas que mostram realmente um resultado dentro da pesquisa acadêmica", completa. Esse manifesto não foi anexado ao projeto de lei.


Estudos


O colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem reconhece a existência do manifesto, mas diz que não há nada comprovado contra a nova tecnologia.


"Eles não conseguiram demonstrar nenhum malefício. Isso principalmente porque eles não viram um aumento na incidência de tumores depois do uso de celular. Porém, existe alguma controvérsia por causa disso e sempre se tem que continuar fazendo estudos", afirmou o diretor do Colégio Brasileiro, Hilton Muniz Leão Filho.


Em agosto, assim que os deputados voltarem do recesso, a proposta deve ser avaliada pela Comissão de Constituição e Justiça. Antes de ser votado em plenário também precisa passar pelas comissões de Ciência e Tecnologia e de Saúde.


Especialistas lembram que, diariamente, todos nós estamos expostos a diferentes frequências de diversos equipamentos.


"Ainda não foi demonstrado risco evidente do uso do celular. Mas a gente não consegue falar com certeza que não existe risco nenhum. Mas tem que ver que existem muitos benefícios também com o uso dessa radiação eletromagnética. Não só pelo celular, mas pela eletricidade, televisão, computador, etc", disse Leão Filho.

Fonte: G1
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