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Moda sustentável: empresas apostam em produtos de baixo impacto ambiental

Casal de Taió produz bolsas e acessórios ecologicamente corretos e se preparam para exportar os produtos

Estado - 17/01/2020 08:48


Foto: Divulgação Ketluzz


Há pouco tempo a palavra sustentabilidade era apenas uma tendência. Hoje ela já está presente em diversos segmentos, inclusive no universo da moda, em que empresas buscam reduzir os poluentes na produção de roupas, sapatos, acessórios e demais produtos, a fim de gerar um impacto menor ao meio ambiente. Com a adoção de medidas sustentáveis empresários podem transformar a empresa e o ambiente ao seu entorno.

Um casal de Taió, ambos egressos do mercado publicitário, decidiu investir há cinco anos, em um conceito que era pouco conhecido pelos brasileiros, a moda sustentável. Neste período até a abertura da Ket Luzz em 2017, Ketlin e Ivan da Luz fizeram a construção da identidade e a idealização da loja virtual sempre focados no segmento da moda sustentável.


Ketlin e Ivan da Luz — Foto: Divulgação Ket Luz

Ketlin comenta que neste processo eles conseguiram entender melhor sobre o impacto das escolhas e de que maneira, por meio da moda, poderiam produzir produtos e gerar uma cadeia de valor.

– Nossa intenção é gerar escalabilidade sem abrir mão das características artesanais inerentes à essência de nosso design. O uso de tecnologia como um centro de usinagem de madeira, por exemplo, possibilita a fabricação de peças mais complexas, projetadas em 3D, com perfeição e relativa rapidez. Mesmo assim, parte dos produtos e processos como a marchetaria – colagem manual da madeira – crochês e trançados, inevitavelmente são feitos manualmente, e nem é nossa intenção que seja diferente – explica Ivan.

Ao criar bolsas e acessórios femininos, a partir de um propósito sustentável, o casal conta com uma cadeia de fornecedores que compartilham da mesma preocupação: estimular o consumo consciente. Esse cuidado nos dias atuais não é mais discutido apenas porque está na moda, mas porque é uma necessidade. Pois, além de ser um meio de reduzir os custos de produção e consequentemente o valor final dos produtos, ajuda no fortalecimento da marca.

Ivan comenta que todo o processo de transformação de uma matéria-prima gera algum impacto, mas que a empresa busca minimizar isso na escolha dos insumos e/ou processos de fabricação dos produtos únicos.

– Nossa principal matéria-prima é a madeira, oriunda de florestas plantadas, com manejo sustentável e também fazemos o uso das de demolição e sobras de marcenaria – destaca.

Para fazer os acabamentos das peças em madeira o casal utiliza óleos naturais, biodegradáveis e de fontes renováveis. Já os tecidos e barbantes são reciclados, produzidos a partir de resíduos têxteis em processos que não utilizam produtos químicos ou água.

– Priorizamos por fornecedores nacionais com políticas ambientais claras, e sempre que possível, próximos à nossa região, isso minimiza até mesmo os impactos causados pelo transporte do produto – ressalta.

Atualmente as vendas da empresa são feitas através da loja online e em alguns marketplaces focados em moda sustentável. No começo deste ano o casal participou de um programa de qualificação para exportação e pretende iniciar a exportação até 2020.


Ateliê Ket Luzz — Foto: Divulgação Ket Luzz

– Este foi o primeiro passo, agora, no segundo semestre, vamos focar em identificar os mercados-alvo. Mas em uma pesquisa preliminar, o mercado americano parece ser promissor para o setor, com alguns benefícios ligados a produtos de madeira – adianta.

Desafios para manter uma empresa com consumo consciente?

Abrir uma empresa com foco no consumo consciente pode ainda ser um desafio. Afinal é preciso encontrar fornecedores e matérias primas que estejam alinhadas com o propósito do negócio. Outro detalhe é que são poucas as empresas dispostas a vender em pequenas quantidades, o que, segundo Ivan, é sempre um problema para quem está começando.

– Como estávamos criando algo novo, encontrar parceiros para terceirização dispostos a sair de sua zona de conforto e que acreditassem no projeto foi um dos grandes desafios enfrentados. Na verdade, em cada fase da empresa novos obstáculos surgem, é uma característica inerente ao empreendedorismo, principalmente no Brasil – completa.

Para quem pensa em exportar, o que deve fazer?

Um dos planos de muitas empresas é entrar no mercado internacional. No entanto, antes de tudo é preciso ter uma série de cuidados. Por isso, elencamos duas dicas essenciais para quem está querendo começar a exportar:

1 – Conheça os limites: para que você não dê um passo maior do que as pernas é preciso fazer uma análise da situação da empresa e se ela tem capacidade de atender os dois mercados. Só depois é que devem começar a pesquisa dos possíveis compradores;

2 – Buscar apoio: os primeiros negócios nem sempre são fáceis, uma sugestão é acessar os sites da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), ambos apresentam informações para exportadores que estão começando.

Fonte: G1/SC
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